No aniversário de Sapiranga, Nana Bernardes conversou com o Jornal NH, de Novo Hamburgo, falando um pouco do seu trabalho, da sua trajetória na música e na literatura, e como a sua vivência na cidade, influencia o seu trabalho. Confira:
Você é uma artista que atua em diferentes tanto na música quanto na literatura, como estas duas formas de expressão artística se encontram para você?
Meu trabalho busca justamente esta conexão entre a música e a literatura. Acho que estas duas formas de manifestação andam muito juntas, se completam. Na verdade, a Arte de forma geral, tem a função de refletir nosso tempo, nossas angústias e conquistas. É através da arte que o ser humano se reconhece e se insere em determinados grupos. Por isso penso que é fundamental valorizarmos as diversas formas de expressão artística, pois elas nos conectam com o mundo e com as pessoas.
Como é construir o trabalho voltado ao público infantil?
O trabalho voltado ao público infantil é extremamente gratificante. As crianças estão abertas ao novo e com a imaginação super aguçada. É uma troca de energia muito legal. Penso também que é um trabalho de base que pode ser fundamental para a formação de leitores. Acho importante o contato com todas as faixas etárias, com linguagem adequada e foco nos interesses de cada idade.
No ano passado você foi escolhida como patrona do livro de Sapiranga, o que isso representou para você como artista?
Ter sido convidada a ser patrona da Feira do Livro de Sapiranga foi uma honra. Acho que muito mais do que um reconhecimento como artista, foi a valorização de um trabalho desenvolvido por muitos anos junto às escolas. O convite teve um olhar sensível para o trabalho do professor, que é, sem dúvida, a figura essencial para o processo de transformação da sociedade. O professor é também um artista.
Como a sua vivência em Sapiranga ajudou a construir sua personalidade artística?
Eu nasci em Sapiranga e tenho orgulho da minha cidade, da nossa cultura, dos valores que construímos aqui. Acho que, antes de tudo, é preciso entendermos e nos conectarmos às nossas raizes. A partir daí, é possível ampliar o trabalho de forma genuína. Sapiranga é o meu lugar, onde me sinto desafiada a contribuir culturalmente e, acima de tudo, onde me sinto calorosamente acolhida.
E como a sua vida em Sapiranga aparece no seu trabalho artístico?
É inevitável que nosso trabalho artístico reflita nossa trajetória de vida. Assim, Sapiranga se mistura com minha história pessoal e aparece nas minhas expressões artísticas. Vejo a cidade com um grande potencial cultural, artistas com linguagens diversas, mas que representam a cidade em seus diversos segmentos. Sapiranga é o berço de uma bela história e o meu trabalho está conectado a esta cidade. A ideia é construir novos caminhos, mas sempre ligada às minhas raízes culturais e emocionais.
O que mais lhe inspira em Sapiranga?
O que mais me inspira em Sapiranga são as pessoas que aqui vivem a ajudam a construir uma linda história. O Morro Ferrabraz é também uma referência que encanta os artistas e os sapiranguenses em geral. Acho que nossa cidade tem um potencial muito grande e tem espaço para muitas conquistas nas mais diversas áreas.
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